Métodos contracetivos - o preservativo masculino
Provavelmente, não é o melhor método contracetivo que existe, uma vez que a sua utilização comporta aproximadamente 2% de falhas devido a ruturas ou a uma utilização incorreta. No entanto, é altamente recomendável nas relações sexuais e sempre que exista algum fator de risco de doença sexualmente transmissível (por exemplo, que um de vocês tenha tido vários parceiros anteriores ou uma infeção conhecida). Uma boa forma de garantir uma ótima ação, tanto contracetiva como de proteção contra as infeções, é “a dupla proteção”, que consiste em conjugar o preservativo com outro método para ti (pílula, por exemplo). De qualquer forma, será sempre muito melhor usar só o preservativo do que não usar nada. Hoje em dia, é a única opção para os rapazes jovens e, embora possa ser prescindível se estiverem numa relação estável, é sempre aconselhável a sua utilização. Como não podem fazer uma operação de vasectomia (só depois de constituírem família e/ou de terem uma idade muito mais avançada), a responsabilidade da contraceção recai sobre as raparigas.
As pílulas contracetivas
Apresentam uma fiabilidade muito alta, mas só se forem tomadas corretamente todos os dias e aproximadamente à mesma hora. Estão disponíveis em muitas composições hormonais diferentes e podem adaptar-se às necessidades da maioria das raparigas que não tenham qualquer fator que desaconselhe a sua utilização. Existem pílulas que se tomam todos os dias do mês e outras apresentações de 21 pílulas que requerem uma semana de descanso. Contudo, têm o inconveniente de poderem ser eliminadas do organismo se se tiver vómitos ou diarreia. Não evitam uma possível gravidez desde o primeiro dia, sendo conveniente usar preservativos enquanto não se iniciar a segunda caixa. Este é o método contracetivo feminino mais comum.
Não deves fumar se tomares a pílula, nem convém se tiveres problemas de hipertensão ou de fígado. A pílula deve ser sempre receitada por um médico especialista, que te explicará as precauções de uso e os possíveis efeitos secundários. Costuma-se falar mais dos possíveis efeitos nocivos, mas, de facto, a pílula tem bastantes vantagens associadas, e está comprovado, por exemplo, que protege contra algumas doenças, como o cancro do útero e dos ovários, os quistos do ovário ou a anemia. Também é útil para regular a menstruação irregular e/ou abundante de algumas raparigas. O ginecologista pedir-te-á análises periódicas ao sangue para controlar a tua tolerância a este método.
O adesivo contracetivo
Como o seu próprio nome indica, este método contracetivo é um adesivo fino e flexível que é colado na pele em determinadas zonas do corpo. Pouco a pouco, vai libertando hormonas idênticas às da pílula e, tal como esta, tem uma eficácia contracetiva superior a 99%. Os possíveis efeitos secundários são semelhantes, mas têm a grande vantagem de, por serem absorvidas através da pele, as hormonas não afetarem o fígado. É bastante prático de usar: aplica-se um adesivo todas as semanas durante 3 semanas e depois segue-se uma semana de descanso, que coincidirá com o período. Corretamente usado, o adesivo é eficaz a partir da primeira semana. É um dos métodos contracetivos mais cómodos.
O anel vaginal
É um aro transparente e flexível que liberta hormonas gradualmente, que são absorvidas através da parede vaginal e impedem a ovulação. É introduzido no interior da vagina uma vez por mês, é retirado passadas três semanas e a semana de descanso coincide com o período. É bastante simples de colocar e de retirar, sobretudo se já tiveres usado tampões alguma vez. Não incomoda nas relações e só tens de te lembrar dele duas vezes por mês. É, neste momento, um dos métodos contracetivos preferidos das mulheres.
Métodos contracetivos - o implante
Este método contracetivo consiste num bastonete fino que o ginecologista introduz sob a pele da parte superior do braço. Liberta uma única hormona que impede a ovulação mensal e é eficaz durante aproximadamente três anos. Não requer qualquer tipo de lembrança diária nem mensal e não são conhecidos casos de gravidez entre utilizadoras do implante; apesar de algumas raparigas sofrerem desarranjos menstruais incomodativos, muitas quase não têm sangramento menstrual. Pode causar efeitos secundários idênticos aos de outros métodos hormonais. É um dos métodos contracetivos mais desconhecidos.
O Dispositivo Intrauterino (DIU)
O DIU cria um ambiente hostil para os espermatozoides e evita que alcancem os óvulos. É um método cómodo, no sentido de se tratar de um pequeno dispositivo que o ginecologista introduz no útero e que não requer mais “manutenção”, a não ser a sua extração ou substituição quando perde a validade, ao fim de 3 ou 4 anos. No entanto, não é habitual recomendá-lo a raparigas jovens e normalmente destina-se a mulheres que já tenham tido um bebé, porque, de outra forma, a sua colocação no interior do útero pode ser difícil e dolorosa. Um possível efeito secundário é que também pode tornar o período mais longo e doloroso.
Métodos contracetivos – a pílula do dia seguinte
É um contracetivo unicamente para casos de emergência (como, por exemplo, uma relação esporádica sem proteção, rutura do preservativo, esquecimento de tomar a pílula, etc.). Não deve ser, de forma alguma, utilizado como método contracetivo habitual. Contém uma dose muito alta de hormonas, pode causar náuseas e mal-estar, e não convém sujeitar o corpo aos seus efeitos se não for absolutamente necessário. Este é um dos métodos contracetivos que não deve ser repetido.
Quero começar a tomar a pílula, mas tenho um bocado de vergonha de ir ao ginecologista. Posso tomar a mesma que a minha irmã mais velha toma?
Não é aconselhável. Apesar de ser tua irmã, são duas pessoas completamente diferentes e pode existir algum fator que aconselhe o ginecologista a receitar-te outra composição de pílulas ou, inclusive, outro método contracetivo diferente. Pede à tua irmã para te acompanhar, se isso te fizer sentir mais à-vontade. Pensa que, antes de mais, o ginecologista existe para te ajudar e que não te julgará nem nada parecido. Também não é necessário fazer-te um exame ginecológico para te receitar o contracetivo.
É verdade que as pílulas fazem bem à acne?
Em muitos casos, sim, é verdade. Como equilibram os níveis hormonais, um dos efeitos secundários benéficos de algumas composições de pílulas contracetivas é a melhoria da acne.
É verdade que as pílulas contracetivas engordam?
É um dos mitos mais difundidos acerca da pílula. Algumas pacientes notam uma ligeira retenção de líquidos, mas, habitualmente, não é significativa. Se comeres de forma correta, não engordarás por culpa da pílula.
Ontem esqueci-me de tomar a pílula. O que devo fazer agora?
Toma a pílula esquecida assim que te lembrares. Se já tiverem passado 24 horas e estiver na hora de tomar a seguinte, toma as 2 juntas (podes sentir algum mal-estar). Se te esqueceste de 2 ou mais pílulas consecutivas, é aconselhável ligares ao teu ginecologista para que te recomende o que deves fazer. Vai ser necessário usar um método complementar (normalmente, preservativos). É possível que sangres um pouco, mas não tem muita importância.
Se os esquecimentos forem frequentes, podes pensar em formas de lembrança (programar um aviso sonoro diário no telemóvel a cada 24 horas, etc.). Se isso não te ajudar, talvez seja melhor pedires ao ginecologista para te aconselhar outro método que seja mais fácil de cumprir.
O anel vaginal pode perder-se dentro do corpo quando se tem relações?
O orifício do colo do útero, ou a parte inferior do útero, que se encontra no fundo da vagina, é extremamente pequeno e é totalmente impossível que o anel passe para o útero e se “perca” lá dentro. Por outro lado, o seu formato circular também evita que possa cair ou sair com o desporto ou durante as relações.
Posso usar o adesivo contracetivo no ginásio e na piscina?
Dependendo do sítio onde o colocas, até a roupa de banho ou de desporto mais justa pode tapar o adesivo para que não se veja nem se note. Tem um autocolante muito eficaz e os estudos realizados confirmaram apenas entre 2 e 3% de descolamentos parciais ou totais, mesmo com o suor, a água ou os movimentos. Se acabar por cair, basta aplicar um novo adesivo na mesma zona num espaço de 3 horas. Se passar mais tempo, deves recorrer aos preservativos durante, pelo menos, uma semana.
O meu namorado diz que quer deixar de usar o preservativo. O que faço?
Mesmo que conheças o seu passado sexual ou que se trate de uma primeira relação para os dois e o risco de doenças sexualmente transmissíveis seja baixo, é sempre recomendável usar preservativos. Convém insistir no tema, é muito importante que te protejas. Para evitar uma possível gravidez, deves ir ao ginecologista, o quanto antes, para ele te recomendar um dos métodos de que falámos acima. É muito importante respeitar o tempo mínimo para que o método escolhido seja eficaz: no caso da pílula, é um mês a partir do momento em que começas a primeira caixa. O adesivo e o anel, desde que iniciados durante a menstruação, são eficazes desde o primeiro dia, embora seja sempre recomendável continuar com os preservativos até ao segundo mês.
Eu e o meu namorado separámo-nos. Deixo de utilizar o meu método contracetivo e faço um descanso?
Não existe uma resposta clara e simples para esta pregunta. Se o método contracetivo for bem tolerado, não há motivo para o deixares obrigatoriamente; a decisão é tua. Se quiseres deixar de tomá-lo, deves comentar o facto com o teu ginecologista e seguir os seus conselhos sobre a forma correta de o fazeres. Normalmente, convém terminares o ciclo completo, isto é, tomar a embalagem inteira da pílula, colocar os 3 adesivos, deixar o anel 3 semanas completas. Lembra-te que, se continuares, já estarás protegida contra uma gravidez se começares uma nova relação. Se parares, terás que usar preservativos enquanto o teu método contracetivo não for novamente eficaz.
Receitaram-me antibióticos. O adesivo terá a mesma eficácia?
Deves sempre avisar os médicos quanto ao método que estás a utilizar para que o tenham em conta quando te receitarem medicamentos e outros tratamentos. Tanto o adesivo como os outros métodos podem estar contraindicados com alguns medicamentos e interferir com o seu correto funcionamento, ou vice-versa. No caso concreto dos antibióticos, não costuma haver problema com a maioria dos tipos habitualmente receitados. Em caso de dúvida, convém consultar o ginecologista em relação a métodos contracetivos femininos e a outras dúvidas que tenhas.